Situação de crise traz oportunidades para você exercitar seu autoconhecimento
Por Redação Entre Asanas @entreasanas
Foi quando, diante de todo sofrimento e miséria revelados, para além dos muros de seu palácio, que Siddharta Gautama, então alheio a realidade mundana, percebeu o peso de sua ignorância, e resolveu isolar-se do mundo. Assim, iniciou sua jornada de solidão (isolamento), a fim de encontrar uma "resposta" (método) que pusesse fim ao sofrimento humano, e conquistou sua própria natureza búdica, alcançando o objetivo do Yoga; Libertação.
Buda compreendeu o sofrimento, sua causa, sua extinção e o meio para extingui-lo. Seus ensinamentos são simples: evitar as ações não virtuosas, fazer o bem e dominar a própria mente.
O isolamento social, no contexto dessa pandemia, pode ser uma faca de dois gumes. Você pode sofrer ou se iluminar. O nível de estresse e ansiedade vai depender do nível de ignorância ou conhecimento. E só depende de você fazer a situação se apresentar como problema ou solução.
A redação do Entra Asanas preparou uma compilação de 5 exercícios mentais para você colocar em prática sua disciplina de libertação:
1. Exercício de Concentração
Este exercício pode ser feito virtualmente em qualquer postura. Então feche os olhos, e faça alguns ciclos de inspiração profunda e exalação completa, no seu ritmo. Comece a perceber a interações mentais, de modo passivo, apenas observando o que se passa. Aos poucos, direcionando a atenção para um território de silêncio. Sempre mantendo a cadência da respiração, bem tranquila. Nesse território, você deve buscar um objeto de interesse. Pode ser uma coisa ou pessoa, ou uma projeção ou memória. Procure enxergar cada vez mais detalhes desse objeto, mantendo a respiração cada vez mais imperceptível. Aos poucos você se funde com o objeto e a própria percepção, integrando-se, em sincronicidade com o todo. Permaneça quanto tempo puder nesse estado e desenvolva suas variações.
2. Exercício de Consciência Corporal
Sente-se , de pernas cruzadas e com a coluna bem ereta. Perceba o pescoço se alongando e o topo da cabeça te puxando para cima. Cative a atenção aos movimentos do corpo enquanto respira. Procure inspirar todo ar que conseguir, e expirar todo o ar do corpo, atentando para micro-retenções entre cada etapa. Faça uma passagem mental por cada região do corpo, desde a sola dos pés, até a cabeça. Mentalize cada órgão do corpo, visualizando a imagem em movimento, interagindo com as informações que você tem de cada um. Desenvolva essa técnica em silencio por 15 minutos.
3. Exercício de Memória
Aqui, o objetivo é de recapitulação das recordações. A memória é filtrada por camadas de interpretações que adquirimos com o tempo, e com as modificações mentais que desenvolvemos.
Em estado meditativo, busque situar a sua atenção em um evento passado específico, e a cada inspiração e expiração, você vai observando cada vez mais detalhes. Busque por referências temporais e situacionais. Perceba o que ocorria ao redor do foco primário. Sempre percebendo cenas em movimento. Busque sons e cheiros das situações de modo a potencializar o processo. Pergunte-se ao inspirar. Ouça a resposta ao expirar. E vá cada vez mais fundo na memória. Os dados estão dentro de você, basta definir o alvo e fazer as perguntas certas. Então, respire.
4. Exercício de Projeção Mental
Segue a mesma linha do anterior. A diferença é que você vai dedicar atenção a uma criação mental. Uma projeção fiel de uma realidade mental que existe na fundamentação quântica universal. Tudo está entrelaçado e quanto mais real sua projeção for, quanto mais densidade quântica ela emanar, mais probabilidade de existir.
Então, faça o exercício de inspirar e expirar buscando total silêncio. O que pode ser não está na palavra que você conhece, então o intento deve ser de total silencio mental. Você deve perceber a inteligência intuitiva agindo, a cada ciclo da respiração. Perguntando e esperando uma resposta. Ela geralmente ocorre entre suas distrações e o silencio. Aqui deve ocorrer total isolamento. Você deve, realmente, estar só para ouvir a manifestação do que pode vir a existir. Respire até não perceber mais a respiração. Apenas a visão, sem querer. Aproveite o quanto puder sustentar.
5. Exercício de Abstração dos Sentidos
Aqui, a sugestão é fazer um Yoga Nidra ou "Yoga do sono", onde você sustenta uma experiência de não existência.
Deite-se com braços e pernas afastados, e a palma das mãos para cima. Faça, inicialmente, alguns ciclos, inspirando e exalando profundamente. Aos poucos, de forma intencional, você vai diminuindo a frequência e intensidade da respiração, até que ela se torna, praticamente, imperceptível. Procure levar a atenção a um território de relaxamento pleno, próximo ao estado de sono, porém sustentando, intencionalmente, a permanência consciente. Inspire se disponibilizando. Expire se sustentando. Em alguns momentos você pode perceber uns solavancos, que são reflexos do intento de sustentação. Experimente o quanto puder, sem ceder ao sono, e, então, sinta certa libertação.
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