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Foto do escritorRedação Entre Asanas

Além da desatenção e hiperatividade, conheça o TDAH

Mais comum do que muitos pensam o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade afeta crianças e adultos


Por Raphaela Vitor




O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, ou como é conhecido o TDAH, é um transtorno neurobiológico que se manifesta durante a infância, podendo chegar até a fase adulta. As crianças que se enquadram neste quadro clínico, geralmente são agitadas, inquietas e impulsivas, e segundo um dado American Psychiatric Association (Associação Americana de Psiquiatria), acredita-se que 8% da população infantil convivem com o transtorno.


A agitação pode ser considerada uma característica natural de uma criança, afinal, a infância é a fase da descoberta do mundo a sua volta, tudo é novo, logo, se assume que a criança é ligada no 220v e se descarta a possibilidade do transtorno. Apesar da desatenção, agitação e impulsividade serem os sintomas mais visíveis, o TDAH pode se manifestar de diversas maneiras, e para compreender isso, é preciso primeiro entender os seus três tipos, que são:


Desatento


Para os que possuem o TDAH do tipo desatento, manter a concentração é uma tarefa árdua, tem dificuldade durante o aprendizado, para gerenciar o seu tempo, se esquecem facilmente das coisas, além de fugirem de atividades que demandem grande esforços mentais.


Hiperativo/Impulsivo


Comum entre o gênero masculino, é o mais fácil de se perceber, isso porque a pessoa apresenta dificuldade de se manter parado por muito tempo, tendo a necessidade de sempre manter uma parte do corpo em movimento. Por não saberem lidar muito bem com frustações apresentam um comportamento explosivo e dificuldade para se expressar, já que a fala não consegue manter o ritmo da mente.


Misto ou Combinado


Como o nome já diz, o TDAH do tipo misto é a combinação dos dois tipos citados acima, a pessoa deve apresentar características de ambos para se encaixar neste tipo. Vários fatores podem ser apontados como a causa do TDAH, um deles é a genética, de acordo com a Associação Brasileira Do Déficit De Atenção, se um dos pais dispuser do transtorno, as chances aumentam em 10 vezes mais para o fruto proveniente dessa relação do que para o resto da população. Mesmo assim, não significa que o transtorno é hereditário e sim que existe uma predisposição quando ele se encontra dentro da árvore genealógica.


As alterações cerebrais também entram na lista de um dos causadores, uma vez que a região orbital frontal comanda a execução de ações e comportamentos, e os portadores de TDAH possuem alterações em substâncias químicas, os neurotransmissores, nessa região, que são responsáveis pela comunicação entre as células nervosas.


Além disso, exposição a chumbo, consumo de álcool durante a gravidez, problemas durante o parto, histórico de maus tratos infantil e crescer em um ambiente familiar conflituoso, também podem ser considerados raízes para o desenvolvimento do TDAH.


TDAH também é coisa de menina!


No entanto existe um equívoco acerca do TDAH, por diversas vezes, quando posto em pauta, recaí sob a ótica masculina, por apresentarem de forma mais evidente os sintomas, principalmente o do tipo Hiperativo/Impulsivo/. Entretanto, isso não é razão o suficiente para acreditar que o público feminino esteja imune, a diferença está escondida em como o transtorno se manifesta para as meninas.


É comum que as portadoras do sexo feminino tenham o TDAH de desatenção, tendem a ser mais distraídas, possuem uma alta capacidade de divagação mental, propensas a desorganização, sobrecarga, podendo desenvolver depressão ou ansiedade.


E mesmo aquelas que possuem o tipo Hiperativo/Impulsivo, agem de forma totalmente diferente do gênero masculino. Elas são menos impulsivas em seus atos, e revelam sua hiperatividade por meio da fala, além de sofrerem com instabilidade emocional e abruptas mudanças de humor.


A dificuldade no diagnostico é consequência pela facilidade que elas possuem em mascarar o TDAH, por conseguirem realizar suas tarefas em meio aos obstáculos impostos pelo transtorno, resultando em uma queda intelectual durante os anos, como também, a baixa autoestima, comportamento sexual precoce e vícios alcoólicos.


Mas existe cura?


Cura não, mas tratamento sim. O primeiro passo é o diagnóstico, que deve ser feito pelas mãos de um profissional da área, como um psicólogo, psiquiatras ou pediatras.


Em crianças e adolescentes o tratamento é feito de forma multidisciplinar, evolvendo o acompanhamento de um psicólogo/ psiquiatra e de pedagogos, sessões de terapia que podem ser: comportamental, cognitiva, fonoaudiológica, psicoeducacional, e uso de medicamentos, quanto mais cedo a descoberta melhor será para a criança lidar com o transtorno no futuro, evitando assim problemas maiores na vida adulta.


Para adultos o tratamento é multimodal, combinando sessões de psicoterapia com o uso de medicamentos estimulantes com efeito calmante. A prática de exercícios físicos também pode ser uma aliada para este grupo, pois aumenta o funcionamento cognitivo e comportamental, além de reduzirem os sintomas do transtorno.


Mas lembre-se, em caso de suspeita do TDAH é imprescindível ir buscar a orientação de um profissional capacitado!




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