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QUERO DAR AULAS DE YOGA... O QUE DEVO FAZER?

Veja relatos de pessoas que deixaram suas profissões para ensinar Yoga, e descubra quais passos são imprescindíveis para se tornar um bom instrutor.


Por: Lílian Durães


São irrestritos os benefícios que a prática do Yoga proporciona à mente e ao corpo. Conhecer a filosofia, entender seus propósitos e iniciar a jornada ao autoconhecimento tem atraído cada vez mais praticantes, que buscam formas de lidar melhor com as demandas do cotidiano.


Não são raros os casos de pessoas que percebem uma grande identificação com o Yoga e dedicam-se ao aprofundamento na filosofia através de cursos, especializações e workshops. Nesta imersão, surge a oportunidade de, ao cumprir o curso de formação em instrutor de Yoga, fazer da prática uma profissão.


O exercício profissional do Yoga ainda não foi regulamentado no Brasil – tramita desde 2016 o Projeto de Lei 4282/16, de autoria do deputado Carlos Bezerra do PMDB-MT, que visa a regulamentação da profissão de instrutor de Yoga – mas é possível fazer uma formação completa, com horas a cumprir, e receber um certificado de profissionalização. Ao contrário do que muitos podem pensar, esta pode ser a oportunidade de promover uma mudança completa de vida.


Foi em 2016 que, trabalhando na área de trade marketing, o publicitário Márcio Filipe Bittencourt, de 37 anos, sempre interessado em assuntos relacionados à saúde mental, viu uma matéria que chamou sua atenção. Ao ler sobre os benefícios da prática, Márcio foi encontrando sentido nas explicações, e resolveu pesquisar um pouco mais sobre em que consistia o Yoga. Para ele, até então, tratava-se apenas de uma atividade física que envolvia meditação. Após comprar livros e assistir documentários, indagou-se como ainda não estou praticando?.





Matriculado na escola Riserva Zen, em seu primeiro contato com a prática, Márcio já vislumbrou a possibilidade de mudar sua vida profissional:


“eu nunca tinha praticado Yoga na vida, e na minha primeira aula eu falei ‘eu posso fazer isso... e talvez eu seja muito feliz fazendo’, e eu estava certo!”.

A insatisfação com as exigências do mercado de trabalho em relação a cobrança por resultados, interações sociais e o decoro intrínseco ao universo corporativo influenciaram diretamente na ideia de se tornar instrutor de Yoga. Porém, a grande mudança que a filosofia indiana promoveu em sua vida, foi no autoconhecimento, que o possibilitou desenvolver novas ferramentas para lidar com a ansiedade, um problema que há muito tempo o consumia.


“Tem vários fatores que me deixam muito à vontade ali. Primeiro que o Yoga, ele me ajuda tanto, que eu sinto muita satisfação em levar a minha experiência para a sala de Yoga – ou também, para uma aula online. Então isso sai de forma espontânea. Eu não preciso me programar para falar, ou para agir de determinada forma. E outra coisa que me deixa feliz nesse trabalho, é que as pessoas que procuram Yoga estão em uma situação parecida, de buscar uma melhor qualidade de vida, buscar autoconhecimento. Então é muito bom você estar em um ambiente com essa leveza, em que não há tanta competição, não há o nível de tensão que há em uma empresa”, relata.


Entretanto, é normal que exista alguma insegurança ao decidir por deixar uma profissão formal e um emprego estável, para construir uma nova carreira como instrutor

de Yoga. É preciso coragem para se reinventar profissionalmente, mas também empenho, organização, e bastante prática.

Foram esses aspectos que ajudaram a mineira Fernanda Silvestre a tomar a decisão definitiva de trocar seu registro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura pelos certificados em variados cursos de formação e especialização em Yoga.



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Formada em Engenharia Civil, Fernanda começou a dar aulas de Yoga em 2016, após dois anos de prática como aluna. Simultaneamente, ela ainda buscava recolocação no mercado de trabalho da engenharia, após a onda de missões na empresa em que trabalhava. Havia insegurança em deixar de vez sua profissão, socialmente estimada e símbolo de uma carreira bem-sucedida. O medo de não conseguir viver dentro do padrão financeiro que a engenharia antes lhe proporcionava, fez com que Fernanda ainda tentasse conciliar as duas atividades.


Porém, após fazer uma entrevista de emprego, e de já estar com sua contratação encaminhada, deparou-se com o dilema de ter que renunciar a alguns de seus alunos, e de parte do tempo que dedicava ao Yoga. Fernanda então concluiu que não queria abdicar daquele trabalho que estava lhe trazendo tanta satisfação. Mais um caso em que a liberdade de organizar seus próprios horários, e a ausência das obrigações que as empresas normalmente impõem, fizeram diferença na escolha.


“É uma coisa que eu gosto, que eu faço por prazer, e ainda tem um retorno muito gratificante dos alunos, do feedback que eles dão (...). Então, é muito melhor essa vida, eu me sinto muito mais livre do que quando eu trabalhava em um escritório ou em uma obra, tendo que cumprir metas, prazos, e ainda ouvindo pessoas me cobrando, chefe etc. Então com o Yoga, eu acho que a vida é mais leve”, afirma Fernanda.




As consequências da opção pela troca de carreira se mostram também na saúde dos instrutores. Ambos os relatos incluem nas mudanças percebidas uma grande melhora na saúde física, e principalmente, mental. Fernanda destaca uma maior mobilidade do corpo, e sem dores. Mas é na forma como lida com o estresse que ela aprofunda sua percepção.


“A gente consegue se conectar mais com a gente mesmo. E aí você passa a observar melhor sua respiração, seus pensamentos – a meditação ajuda muito, além da prática física. Eu consigo ver em mim – e não que eu seja uma pessoa zen, estou longe de ser isso – mas como hoje eu sou mais tranquila do que era antes, então, em um momento de estresse, eu consigo parar, respirar e observar aquilo com outros olhos, acalmar um pouco a mente e não reagir de forma impulsiva”, pontuou.

Como vimos na fala de Fernanda, não é um pré-requisito ser uma pessoa “zen” para ser professor,

ou mesmo praticante de Yoga. Entender a filosofia e praticá-la levam ao caminho do autoconhecimento, o que pode nos permitir ter mais calma para lidar com as situações cotidianas. Márcio também destaca uma certa expectativa por parte de muitas pessoas leigas sobre como seria um instrutor de yoga: quase um Buda, um renunciante.


“Há uma expectativa de uma pessoa muito calma, muito pouco reativa, que fala devagar, e que jamais vai escutar um Rock’n roll, e coisas do tipo – o que não tem nada a ver. E até tem gente que fala ‘mas Yoga não é uma prática feminina?’, porque, de fato, a publicidade do Yoga explorou isso durante muito tempo. Então acho que agora, principalmente com a internet, as pessoas estão descobrindo mais o que é Yoga. Então eu noto isso, mas é algo que vem diminuindo bastante”, salientou.

E para se tornar um instrutor de Yoga profissional, o que é necessário? Tanto Márcio quanto Fernanda foram enfáticos ao priorizar a prática do Yoga. Primeiro, estudar e conhecer a filosofia, experimentar a prática e refletir se aqueles princípios fazem sentido para você. Se acontecer a identificação, dedicar-se a algum tempo de prática, como aluno, é primordial para tomar a decisão de se aprofundar nos estudos, e fazer o curso de formação. Fazer especializações, e ter a experiência de aprender com vários professores, também é uma forma muito útil de agregar conhecimento.


“A gente vai conhecendo coisas diferentes. Apesar de ser a mesma postura, a forma como um professor ensina e como o outro ensina, às vezes você pega uma coisinha de um, uma coisinha de outro, que vai acrescentando... Já fiz workshops com vários professores também, para conhecer mais, eu acho que sempre acrescenta”, opina.




A redação de Entre Asanas compilou algumas observâncias que vão te ajudar a escolher o melhor curso de formação para entrar nesse universo de conhecimento e transformar vidas:


Qual a duração e periodicidade?


Alguns cursos são muito curtos, e não dá tempo de absorver o básico. Outros, são muito demorados. Alguns têm encontros apenas uma vez por mês, o que atrapalha a evolução no aprendizado.



Quantos professores?


Alguns cursos só tem um ou dois professores passando toda a carga de conhecimento. Há cursos que trazem vários profissionais para os alunos terem diferentes perspectivas do Yoga.



Oferece aulas regulares de Yoga?


Há cursos que só disponibilizam os workshops mensais, e eventualmente, poucas aulas práticas no decorrer do programa. Outros, oferecem grade regular de aulas de Yoga, incluso no custo ou a parte.



Oferece livros, apostila ou material de apoio?


Há cursos que disponibilizam somente uma apostila, impressa ou digitalizada. Outros, disponibilizam, também, livro na matrícula e/ou possuem biblioteca para os alunos.



DETALHES adicionais:


  • O serviço é prestado por uma escola de Yoga registrada ou por profissional qualificado?


  • O programa de formação entrega carga mínima de 200 horas de workshops teóricos e aulas práticas de Yoga?


  • Além do certificado de graduação, o curso oferece a Nota Fiscal de Serviço para você comprovar seu investimento em instrução profissional?


O Yoga está transformando a vida de milhares de pessoas e você pode aproveitar essa onda para gerar mais valor na sua vida. Torne-se um(a) Instrutor(a) Profissional de Yoga!


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